Levamos a vida em horas. Horas para acordar, horas para sair de casa, horas para chegar ao emprego, horas para almoçar, jantar, para entregar determinado relatório, horas para lazer. Os restaurantes têm horas de funcionamento, os cinemas têm sessões a horas certas, os aviões seguem escalas horárias.
Período, escala de tempo, intervalo de tempo, horário, são tudo confinações que temos de cumprir para não cair em desoras nem em atrasos.
Ser muito cedo, ser demasiado tarde, tudo tem referência a horas. Somos vítimas das horas, tiranizados por um espaço temporal, enganados por acharmos que somos verdadeiramente livres.
Está na hora de me deitar mas ainda aqui estou, porque apesar da hora, me sinto com vontade de debitar umas quaisquer letras sem sentido. Mas o despertador já tem na sua memória a hora a que deve soar a primeira música da manhã, precisamente 15 min antes da hora a que me devo levantar.
Está na hora, pois quando mais ela passa menos eu a aproveito. A hora fica, o tempo de sono não.
Está na hora de ir, e de ficar noutro local, durante outras horas, inexoráveis.
Sem comentários:
Enviar um comentário