30.1.11

De outros Invernos

O Inverno, à partida, rouba-me emoções negativas. Quem sabe se pela sua má fama, ou se por que sirva, demasiadas vezes, como metáfora de velhice ou de fenecimento de algo. Por isso, tenho defendido sempre o Verão em detrimento daquela estação. É verdade que prefiro quando o mercúrio ultrapassa os 25ºC e o calor se sente de forma apaziguadora mas, é igualmente verdade, que o frio, quando suportável, não é uma realidade assim tão medonha. Afinal de contas, há sol no Inverno e há chuva no Verão e se algo tenho aprendido é que relativizar as situações é quase sempre uma estratégia inteligente. Talvez por este motivo me comece a conciliar com os dias frios e com a menor liberdade imposta pela chuva. Talvez seja por isso que me dê cada vez maior prazer passear pelas ruas arrefecidas enquanto o sol, acanhado, me aquece os cabelos e me obriga a franzir os olhos. Acho mesmo que por isso me consigo sentir bem numa tarde, facilmente, apelidada de feia mas cuja fealdade não se entranha porque o meu coração não a sente.

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