Saio de casa demasiado tarde. Trago comigo uma pilha de nervos e dirijo-me apressadamente para o carro que dormita na garagem. Tenho uma reunião daí a pouco e estou furiosa pelo atraso que carrego. O despertador, que deveria ter tocado pelas 7:30h, emudecera e se não fosse o meu relógio interior, ainda estaria enroscada nos braços de Morfeu.
Coloco a chave na ignição e escuto o som de aviso de falta de combustível. « Só me faltava mais esta!» pensei para mim enquanto contabilizava os minutos a mais que iria perder a encher o carro com o seu alimento. Sem gastar mais tempo, apuro a manobra e, em dois minutos, já me encontro na estrada. O meu pé direito assenta com precisão no acelerador, afundando-o até sentir o tapete. Ouço música e faço o meu zapping habitual pelas várias estações de rádio, que nunca me satisfazem. As minhas mãos seguem apoiadas no volante mas o resto de mim já não se encontra ali pois voei com os meus pensamentos. Conduzo em piloto automático e somente o frio me faz reagir com um tremor de corpo inteiro. Ligo o ar condicionado e, de pisca ligado, abandono a estrada para ir ao encontro da bomba de gasolina.
O carro marca 7ºC e a humidade cinzenta apela a que vista o casaco. As minhas mãos gelam assim que entram em contacto com o exterior. Não penso no frio, pois a pressa impera, e selecciono a quantia de combustível que considero suficiente para as necessidades calóricas dos próximos dias. Enquanto a gasolina entra no depósito, enchendo o ar com a sua fragrância enjoativa, deixo-me levar novamente pelo alheamento.
Coloco a chave na ignição e escuto o som de aviso de falta de combustível. « Só me faltava mais esta!» pensei para mim enquanto contabilizava os minutos a mais que iria perder a encher o carro com o seu alimento. Sem gastar mais tempo, apuro a manobra e, em dois minutos, já me encontro na estrada. O meu pé direito assenta com precisão no acelerador, afundando-o até sentir o tapete. Ouço música e faço o meu zapping habitual pelas várias estações de rádio, que nunca me satisfazem. As minhas mãos seguem apoiadas no volante mas o resto de mim já não se encontra ali pois voei com os meus pensamentos. Conduzo em piloto automático e somente o frio me faz reagir com um tremor de corpo inteiro. Ligo o ar condicionado e, de pisca ligado, abandono a estrada para ir ao encontro da bomba de gasolina.
O carro marca 7ºC e a humidade cinzenta apela a que vista o casaco. As minhas mãos gelam assim que entram em contacto com o exterior. Não penso no frio, pois a pressa impera, e selecciono a quantia de combustível que considero suficiente para as necessidades calóricas dos próximos dias. Enquanto a gasolina entra no depósito, enchendo o ar com a sua fragrância enjoativa, deixo-me levar novamente pelo alheamento.
De repente os meus olhos emitem um aviso. Algo se estava a passar. No interior da bomba de gasolina avisto um sujeito de comportamento estranho. Passeia-se, aparentemente ao acaso, pelos corredores da loja exibindo um olhar sinistro e uma atitude bizarra. A empregada revela-se inquieta e, para além dela e do indivíduo, mais ninguém se encontra no interior do estabelecimento. Assusto-me ainda mais quando percebo que no seu exterior apenas me encontro eu e o meu carro. Apenas eu... a uma hora de ponta! Os arrepios de frio tornam-se quentes abraçados pelo medo que cresce à medida que redobro a minha atenção. Consigo visualizar um outro homem que ao longe me observa. «Mas será possível que não chegue mais ninguém??!!!» é o único desejo que consigo extrair do meu cérebro contraído enquanto tento ganhar tempo apesar do depósito se encontrar, há muito, cheio.
Ainda que tenha a minha adrenalina em fase crescente tento refrear a minha ansiedade. Aproxima-se a hora de ir pagar e o nervosismo opõe-se à incerteza de poder estar a sucumbir aos caprichos da minha imaginação. Hesito entre acreditar que nada se passa e ouvir o meu eu primitivo que, qual ambulância em marcha de urgência, me lança um alerta de perigo. O aparente afastamento do homem estranho e a maior serenidade da empregada, faz-me ganhar coragem para fechar o carro e me direccionar para o interior da loja. O sujeito estranho observa os jornais e a empregada sorri-me de forma nervosa. Digito o código do meu multibanco recorrendo à memória automática e de soslaio não perco o homem de vista. Este, parece ter encontrado uma revista digna da sua atenção e folheia-a com curiosidade. De talão na mão e após ter ouvido o habitual «Obrigada e boa viagem!» saio o mais depressa que as minhas pernas e o meu bom senso me permitem. O homem do exterior observa-me agora a maior distância e eu, rapidamente, me agarro ao volante e volto a dar uso à chave. Na bomba ao lado já se encontra outra pessoa que abastece. Os capítulos seguintes sucederão com ela. Eu já me encontro novamente no asfalto.
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